Diretamente
associada ao conforto e ao bem-estar dos ocupantes, a qualidade do ar interno
(QAI) é, muitas vezes, negligenciada, motivando uma série de problemas de
saúde, comprometendo a produtividade nos ambientes de trabalho e o
aproveitamento dos estudantes nas escolas. Esse assunto torna-se ainda mais
crítico, quando constatamos que passamos a maior parte do nosso tempo em
espaços construídos.
Não é sem
razão que alguns países da Europa já desenvolvem ações para tornar obrigatória
a medição da qualidade do ar nos estabelecimentos abertos ao público. As
certificações de sustentabilidade, como o LEED (Leadership in Energy and
Environmental Design) e o Well, também incorporam a qualidade do ar aos seus
requisitos, voltando-se, principalmente, para a redução de poluentes, para a
manutenção dos equipamentos de ar condicionado e para o controle da origem dos
materiais inseridos nos ambientes construídos.
De modo
geral, para a verificação da qualidade do ar nos
ambientes internos são realizadas medições de:
- Partículas
em suspensão
- Compostos
orgânicos voláteis totais (COVs)
- Monóxido
de carbono
- Formaldeído
- Dióxido
de carbono
- Radônio
- Velocidade
do ar
- Bactérias
- Fungos
- Legionella
- Temperatura
- Umidade
relativa
COMO MELHORAR A QUALIDADE DO AR INTERNO?
Um projeto de arquitetura desenvolvido com atenção à qualidade do ar é decisivo para se ter espaços edificados mais salubres. Entre as estratégias que podem ser adotadas, nesse sentido, estão a ventilação natural e a ventilação mecânica com alta frequência de renovação do ar.
Em
edifícios novos ou construídos, é possível prever, também, a instalação de detectores
automáticos para determinar quando a ventilação é necessária em um espaço.
Esses equipamentos podem ser configurados com um temporizador e programados
para detectar níveis de poluentes, como CO2, por exemplo.
Boas
práticas de manutenção do sistema de condicionamento são fundamentais para a
garantia de um ar adequado. Não custa lembrar que um equipamento de
climatização, por melhor que seja, não funcionará como pretendido sem
intervenções periódicas e a substituição dos filtros quando necessária.
É possível
se valer, ainda, de vegetação natural, por meio da construção de paredes verdes
ou jardins internos. As plantas filtram dióxido de carbono, e eventualmente
algumas substâncias químicas nocivas, como também agregam os benefícios da biofilia.
A
especificação de materiais como tintas, forros e carpetes com foco na redução
de compostos orgânicos voláteis é outra ação altamente recomendável. Ainda com
relação aos revestimentos, a indústria já oferece soluções que absorvem o
formaldeído do ar e são utilizados em hospitais e escolas. Poluente
cancerígeno, o formaldeído é matéria-prima química para numerosos processos
industriais e pode estar presente em materiais de acabamento, mobiliário, cola
e produtos de limpeza.
NOVAS TECNOLOGIAS
Há, ainda,
outras novas soluções, cada vez mais acessíveis, que podem contribuir para melhorar a qualidade do ar interior. Entre elas, cabe
mencionar:
- Sensores
conectados à interface de nuvem para o monitoramento remoto da QAI dos
edifícios. Esses dispositivos integram sistemas baseados em Internet das coisas
(IOT), deep learning e inteligência artificial para monitorar o ar
continuamente e em tempo real, permitindo antecipar a deterioração e recomendar
ações preditivas;
- Fornecimento
de ar purificado para introdução no sistema HVAC (aquecimento, ventilação e ar
condicionado);
- Sistema
de ventilação mecânica controlada para regular os fluxos de extração do ar integrado a detectores de umidade, de CO2 ou de compostos
orgânicos voláteis.
- Tintas despoluentes
que purificam o ar capturando e destruindo as moléculas de formaldeído
presentes no ar.
A unidade de Sustentabilidade do CTE atua na avaliação e proposição de estratégias para melhoria do conforto ambiental das edificações, incluindo soluções de arquitetura bioclimática e de sistemas prediais. Já a unidade de Operação Sustentável identifica e implementa soluções integradas para otimização de toda a área operacional das edificações, atendendo a aspectos como gestão de resíduos, água, energia, engajamento com os ocupantes e governança corporativa para a sustentabilidade. Entre em contato conosco para conversarmos mais!